quinta-feira, 18 de maio de 2017

O papo começou

Há algumas semanas lancei no youtube um programa sobre o mundo adolescente. Há alguns meses que já vinha me inteirando mais desse universo tão particular, mas há muitos anos tento entender o que nele realmente se passa. Me parece tudo tão interessante mas, ao mesmo tempo, tão secreto que esse interesse só aumenta. Cresce a vontade de saber o que é dito em cada cochicho, em cada gargalhada em conjunto, em cada dedo frenético que digita num teclado e o que é sentido em cada ataque de raiva, em cada “quero que ele morra!”, em cada “te odeio!” e em cada acesso de euforia por tanta alegria. Cresce a vontade de saber o que acontece dentro de um coração tão cheio de tudo, tão repleto de emoções turbulentas. Não no sentido confuso da palavra, apesar de muitas coisas serem muito confusas, mas no sentido do movimento, da diversidade, da vontade de gritar pro mundo tudo o que se sente.

Dar voz a esses jovens tão cheios de ideias, de energia e ouvir também os que ao redor deles estão, traz uma alegria também digna de um grito. Daqueles bem adolescentes! Pois eles são vivos, antenados e cheios de histórias pra contar. Possuem teorias fortes e grande capacidade de defesa. Anseiam pela independência, pelo alcance rápido dos seus objetivos, pelo entendimento do seu mundo interior tão cheio de novidades. Entendem dos adultos mais do que parece e sabem muito sobre si mesmos, apesar de adorarem esconder o jogo. Mas até esse mecanismo pode ser modificado, quando se sentem ouvidos e respeitados.

Sigo certa de que os famosos aborrecentes podem nos aborrecer sim, até porque fazemos isso uns com os outros mesmo depois de velhos. Mas essa descrição me parece um pouco injusta, pois eles são bem capazes de ir além e nos ajudar a iluminar as relações. Basta que sejamos capazes de nos abrir e criar um vínculo de confiança para que consigam se desprender de tudo o que não serve mais e realizem, seguros, um sonho, entre muitos outros, tão esperado. O sonho da liberdade!










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